A evolução do cérebro humano tem sido tradicionalmente associada à seleção sexual, com foco nas diferenças volumétricas, ainda que pequenas, entre os sexos masculino e feminino. Uma nova hipótese, no entanto, propõe um papel crucial para os hormônios esteroides produzidos pela placenta durante a gravidez no desenvolvimento e na evolução do cérebro humano.
Pesquisas recentes nas áreas molecular, genética e clínica revelam que o desenvolvimento neurológico, a expansão cortical e a produção de hormônios sexuais esteroides, como a testosterona e o estradiol, pela placenta, têm um impacto significativo. Essas descobertas convergem para a ideia de que as diferenças sexuais, embora relevantes para a evolução humana, são caracterizadas por uma sobreposição considerável entre os sexos. Adicionalmente, observam-se mais adaptações na fisiologia feminina do que na masculina.
A hipótese dos esteroides placentários sugere que esses hormônios desempenham um papel fundamental na regulação da fisiologia, da fertilidade e da cognição. Ao influenciar o desenvolvimento cerebral ainda no útero, eles podem ter moldado as características que definem a cognição humana e as diferenças comportamentais entre os sexos. Essa perspectiva inovadora abre novas avenidas para a compreensão da complexa interação entre biologia, ambiente e evolução no desenvolvimento do cérebro humano. Estudos futuros são cruciais para validar e aprofundar nosso conhecimento sobre o papel dos hormônios placentários na evolução da nossa espécie.
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