A enxaqueca, especialmente aquela acompanhada de aura, tem sido consistentemente associada a um risco aumentado de doenças cardiovasculares, incluindo acidente vascular cerebral isquêmico e infarto do miocárdio. Essa conexão intrigante levanta questões importantes sobre a saúde vascular e a necessidade de uma abordagem mais integrada no cuidado de pacientes com enxaqueca.
Mecanismos fisiopatológicos compartilhados, como disfunção endotelial (problemas no revestimento dos vasos sanguíneos), agregação plaquetária (formação de coágulos), inflamação sistêmica e desequilíbrio autonômico (afetando o sistema nervoso que controla funções involuntárias), sugerem que a enxaqueca pode atuar como um marcador clínico precoce de vulnerabilidade vascular sistêmica. Em outras palavras, a enxaqueca pode ser um sinal de alerta para problemas cardiovasculares futuros.
Além disso, comorbidades psiquiátricas, que frequentemente estão presentes em casos de enxaqueca crônica, podem agravar a incapacidade e contribuir para o risco cardiovascular a longo prazo. A pesquisa emergente sobre anticorpos monoclonais que visam o peptídeo relacionado ao gene da calcitonina (CGRP) destaca não apenas sua eficácia na redução da carga da dor de cabeça, mas também seu perfil de segurança cardiovascular favorável. Esses agentes também podem ter um efeito positivo nos sintomas de humor em pacientes com depressão e ansiedade comórbidas. Reconhecer a enxaqueca como uma condição que cruza vias neurológicas, cardiovasculares e psiquiátricas pode apoiar a estratificação de risco precoce e orientar abordagens de tratamento integradas em populações de pacientes complexas.
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