Colágeno e Câncer de Mama Triplo Negativo: Como a Densidade do Estroma Afeta a Terapia Bacteriana

A terapia do câncer baseada em bactérias (BBCT) tem se mostrado uma abordagem promissora, mas ainda enfrenta desafios para alcançar resultados clínicos significativos em tumores sólidos. Um dos obstáculos é a colonização limitada do tumor pelas bactérias terapêuticas. Estudos recentes têm focado no papel do colágeno, uma proteína abundante no estroma tumoral, e como ele pode influenciar a eficácia da BBCT.

Pesquisadores investigaram a relação entre o conteúdo de colágeno e a eficácia da Salmonella Typhimurium VNP20009, uma cepa bacteriana utilizada em BBCT, em modelos de esferoides de câncer de mama triplo negativo. Este tipo de câncer, conhecido por sua agressividade e falta de alvos terapêuticos específicos, apresenta frequentemente um estroma rico em colágeno. Os resultados mostraram que um alto conteúdo de colágeno reduz significativamente a distribuição bacteriana no tumor, diminuindo em aproximadamente 4,5 vezes, e consequentemente, reduz o efeito antitumoral em 61%.

Através de modelagem matemática, os cientistas demonstraram que uma menor difusividade bacteriana em tumores ricos em colágeno é a principal responsável por esses resultados. Imagens de alta resolução confirmaram que as bactérias tendem a se acumular atrás das regiões ricas em colágeno, sugerindo que o colágeno atua como uma barreira física que impede a movimentação das bactérias. Essa descoberta destaca a importância de considerar o microambiente tumoral, especialmente o conteúdo de colágeno, no desenvolvimento de estratégias de BBCT mais eficazes. Abre-se, portanto, um caminho para a engenharia de cepas bacterianas aprimoradas, capazes de superar a barreira do colágeno e aumentar sua capacidade de penetração e destruição de tumores.

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