Empatia em Autismo e Ansiedade Social: Um Estudo Comparativo Revela Perfis Distintos

Um estudo recente investigou a empatia cognitiva e afetiva em indivíduos com Transtorno do Espectro Autista (TEA) e ansiedade social (AS), comparando-os a um grupo de controle. A pesquisa, publicada no Autism Research, buscou identificar as diferenças sutis na forma como esses grupos processam e respondem às emoções dos outros.

O estudo envolveu 105 estudantes universitários, divididos em três grupos: TEA (n = 34), AS (n = 38) e um grupo de controle (n = 33). Os participantes foram avaliados utilizando escalas padronizadas, como a Social Responsiveness Scale-2 (SRS-2), a Liebowitz Social Anxiety Scale (LSAS) e o Interpersonal Reactivity Index (IRI), que medem diferentes aspectos da empatia, incluindo a capacidade de se colocar no lugar do outro (tomada de perspectiva) e a preocupação com o bem-estar alheio (preocupação empática). Adicionalmente, a empatia cognitiva foi avaliada através do teste Reading the Mind in the Eyes Task (RMET), que avalia a habilidade de inferir estados mentais a partir de expressões faciais.

Os resultados apontaram que o grupo com TEA demonstrou menor preocupação empática em comparação com os grupos com AS e o grupo de controle, além de apresentar menor capacidade de tomada de perspectiva em relação ao grupo de controle. Curiosamente, tanto o grupo com TEA quanto o grupo com AS relataram níveis mais elevados de sofrimento pessoal do que o grupo de controle. Uma descoberta interessante foi a criação de uma nova métrica, a razão sofrimento pessoal/preocupação empática (SP/PE), que se mostrou eficaz na diferenciação entre TEA e AS, com um ponto de corte de 0,83 demonstrando boa sensibilidade e especificidade moderada. Os resultados do RMET se mostraram dentro da normalidade para todos os grupos, sem diferenças significativas. Em resumo, o estudo destaca perfis de empatia distintos em indivíduos com autismo e ansiedade social e apresenta uma nova ferramenta para avaliação da empatia, com potencial para aplicações clínicas e de pesquisa. A compreensão dessas nuances é crucial para o desenvolvimento de intervenções mais eficazes e personalizadas. Essas descobertas abrem caminho para futuras pesquisas que explorem a fundo os mecanismos neurobiológicos subjacentes a essas diferenças na empatia.

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