Uma pesquisa inovadora publicada na revista Autism Research em 2025 revelou potenciais avanços no tratamento de déficits sinápticos associados a mutações no gene ADNP, um dos principais genes de risco para o autismo. O estudo, conduzido em camundongos, investigou as alterações sinápticas causadas por uma mutação no terminal C do gene Adnp (Adnpmut) e o efeito da inibição da histona desmetilase LSD1.
Os pesquisadores observaram que neurônios piramidais do córtex pré-frontal (PFC) de camundongos Adnpmut apresentavam uma redução significativa na transmissão sináptica glutamatérgica e GABAérgica. Essa diminuição foi evidenciada pela redução das correntes pós-sinápticas excitatórias (EPSC) e inibitórias (IPSC). Considerando o papel crucial da proteína ADNP na regulação da cromatina e sua associação com a lisina desmetilase 1 (LSD1), os cientistas investigaram os efeitos terapêuticos da inibição da LSD1.
O tratamento com um inibidor de LSD1 elevou significativamente as EPSC e IPSC nos neurônios piramidais do PFC dos camundongos Adnpmut. Curiosamente, o efeito de recuperação foi mais notável em fêmeas. Análises bioquímicas revelaram um aumento de H3K4me2 e uma diminuição de H3K9me2/3 após o tratamento com o inibidor de LSD1 em fêmeas Adnpmut. Essas alterações foram correlacionadas com o aumento da expressão de genes sinápticos ligados à transmissão glutamatérgica e GABAérgica. Esses dados revelam déficits sinápticos no PFC induzidos por uma mutação de perda de função do gene Adnp e indicam o potencial terapêutico da inibição de LSD1 em condições de deficiência de ADNP, particularmente para indivíduos do sexo feminino.
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