A colite isquêmica, uma condição caracterizada pela irrigação sanguínea inadequada ao cólon, apresenta-se como um desafio particular em pacientes com doença hepática em estágio terminal. O cólon, sendo o órgão com menor suprimento vascular, torna-se mais suscetível a eventos isquêmicos, especialmente no contexto de disfunção hepática avançada.
Um estudo de caso recente publicado no World Journal of Transplantation detalhou um paciente de 64 anos com cirrose hepática não alcoólica e carcinoma hepatocelular, submetido a transplante de fígado devido à descompensação hepática. Durante o exame cirúrgico, identificou-se colite isquêmica difusa com distensão e necrose significativas, exigindo a realização de colectomia subtotal. O transplante de fígado prosseguiu, mas, infelizmente, o paciente desenvolveu uma infecção da corrente sanguínea e choque séptico, falecendo seis meses após a cirurgia. Este caso ilustra a complexidade do tratamento de pacientes com doença hepática avançada que desenvolvem complicações isquêmicas no cólon.
A ocorrência simultânea de colectomia total e transplante ortotópico de fígado é considerada rara. A colite isquêmica, agravada pela coagulopatia associada à hipertensão portal em pacientes cirróticos, eleva o risco de eventos isquêmicos. Estes eventos apresentam alta taxa de mortalidade na população geral, sendo ainda mais críticos em pacientes com cirrose. O caso destaca a importância do monitoramento e manejo cuidadosos de pacientes com doença hepática avançada para identificar e tratar prontamente complicações como a colite isquêmica, visando melhorar os resultados e a sobrevida após o transplante.
Origem: Link