A adolescência representa uma fase de desenvolvimento particularmente sensível para jovens autistas. Durante esse período, muitos adolescentes com autismo recorrem a estratégias de camuflagem social como forma de lidar com desafios interpessoais, diferenças percebidas e o estigma associado ao transtorno.
Um estudo qualitativo recente explorou as perspectivas de jovens autistas do sexo feminino e com diversidade de gênero sobre o camuflar e a formação da identidade. A pesquisa envolveu entrevistas e discussões em grupo com dez adolescentes autistas, juntamente com seus cuidadores. A análise dos dados revelou temas importantes relacionados às estratégias de camuflagem utilizadas, suas consequências e o processo de compreensão da própria identidade autista. Os resultados destacaram que os jovens empregam táticas complexas de camuflagem, motivadas e reforçadas por suas experiências na sociedade, o que pode acarretar sérias consequências para sua autoimagem e bem-estar.
As descobertas enfatizam os efeitos prejudiciais da camuflagem no desenvolvimento de uma identidade positiva, na saúde mental e no bem-estar geral dos jovens autistas. A pesquisa demonstra que as estratégias de camuflagem, embora possam parecer úteis a curto prazo, podem ter um impacto negativo na forma como esses jovens se percebem e se relacionam com o mundo ao seu redor. Compreender esses processos é crucial para oferecer suporte adequado e promover um desenvolvimento saudável da identidade em adolescentes autistas. É essencial que a sociedade como um todo se conscientize sobre as pressões enfrentadas por esses jovens e adote uma postura mais inclusiva e acolhedora.
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