Os ritmos alfa e mu são oscilações cerebrais proeminentes, com o ritmo alfa presente no córtex occipital e o ritmo mu no córtex sensório-motor. Ambos desempenham um papel crucial na modulação do fluxo de informações no cérebro, atuando como portões que filtram estímulos sensoriais específicos.
Um estudo recente investigou como esses ritmos cerebrais se desenvolvem ao longo da infância e adolescência. Utilizando eletroencefalografia (EEG) em um grande grupo de 1605 crianças e adolescentes entre 5 e 18 anos, os pesquisadores analisaram a forma das ondas dos ritmos alfa e mu. Os resultados revelaram que a forma dessas ondas não é sinusoidal e sofre alterações significativas durante o desenvolvimento, além das mudanças já conhecidas na frequência das oscilações.
Curiosamente, a pesquisa também investigou se as características desses ritmos cerebrais poderiam estar relacionadas ao Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade (TDAH) e ao Transtorno do Espectro Autista (TEA). Apesar das diferenças observadas no desenvolvimento dos ritmos alfa e mu, o estudo não encontrou evidências de que suas características em repouso sejam diferentes em indivíduos com TDAH ou TEA em comparação com participantes com desenvolvimento típico. Embora a forma da onda possa ser negligenciada em análises espectrais tradicionais, compreender suas propriedades não sinusoidais pode ser fundamental para criar modelos mais precisos da geração de diferentes tipos de ritmos na faixa alfa e, assim, fornecer insights mais específicos sobre seu papel no funcionamento cerebral. A pesquisa destaca a complexidade dos ritmos cerebrais e a necessidade de abordagens inovadoras para desvendar seu papel em condições neurológicas.
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