A eletroretinografia, um exame que avalia a função da retina, surge como uma ferramenta promissora na identificação de alterações funcionais em distúrbios psiquiátricos e do neurodesenvolvimento, como esquizofrenia, depressão, transtorno bipolar e autismo. Sua capacidade de detectar disfunções monoaminérgicas a posiciona como um potencial biomarcador nessas condições.
No entanto, na Doença de Parkinson (DP), os estudos com eletroretinografia têm apresentado resultados inconsistentes ao longo dos anos, principalmente devido a variações nas metodologias de pesquisa. Essas inconsistências limitam o potencial do exame e dificultam a associação entre as respostas eletrofisiológicas da retina e a neuropatologia da DP. Uma revisão recente buscou analisar as principais fontes de variabilidade e reprodutibilidade reduzida nos estudos de eletroretinografia, com o objetivo de identificar uma assinatura funcional da retina característica da DP.
A pesquisa propõe a consolidação de quatro fatores-chave do protocolo e cinco critérios de coorte para aprimorar a precisão diagnóstica da eletroretinografia na pesquisa de biomarcadores da DP. A adaptação dos protocolos clínicos para fins de pesquisa exige atenção especial ao tipo e posicionamento dos eletrodos, bem como a fatores como idade, sexo, duração e gravidade da doença, uso de medicamentos, condições psiquiátricas e comorbidades na seleção da coorte. As inconsistências passadas nessas áreas podem explicar a variabilidade nos resultados relatados e a falta de consenso sobre quais parâmetros da eletroretinografia compõem uma assinatura da doença na DP, oferecendo recomendações para melhorar a utilidade das técnicas de eletroretinografia como biomarcadores precoces para a DP. Ao refinar os protocolos e critérios de seleção, busca-se aumentar a confiabilidade e especificidade do exame, abrindo caminho para um diagnóstico mais precoce e preciso da doença de Parkinson.
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