O desenvolvimento da linguagem em crianças com Transtorno do Espectro Autista (TEA) é um campo de estudo complexo e de grande importância. Um estudo recente investigou diferentes subtipos de desenvolvimento da linguagem em crianças com TEA, buscando entender como fatores ambientais, como a educação dos pais, o ambiente educacional em casa e a dieta, podem afetar a gravidade das dificuldades de linguagem.
A pesquisa envolveu 110 crianças chinesas com idades entre 3 e 6 anos, sendo 80 diagnosticadas com TEA e 30 com desenvolvimento típico. As habilidades de linguagem foram avaliadas por meio de testes de vocabulário e da subescala de linguagem de Gesell. Uma análise de agrupamento em duas etapas foi utilizada para identificar os subtipos de linguagem em crianças com TEA. Além disso, foram coletadas informações sobre o nível de escolaridade dos pais e a quantidade de livros para adultos e crianças presentes no lar. Questionários sobre a seletividade alimentar das crianças também foram aplicados.
Os resultados revelaram a existência de dois subtipos de linguagem distintos em indivíduos com TEA, caracterizados por diferentes níveis de gravidade dos sintomas. O grupo com menor habilidade linguística apresentou pais com menor tempo de escolaridade e menor número de livros infantis em casa, quando comparado com o grupo de maior habilidade e com o grupo de desenvolvimento típico. Dentro dos grupos com TEA, observou-se uma correlação positiva entre a escolaridade dos pais, a quantidade de livros no lar e a habilidade linguística das crianças. A seletividade alimentar, no entanto, não demonstrou correlação significativa com o desenvolvimento da linguagem. Esses achados sugerem que o ambiente familiar, em especial o nível de escolaridade dos pais e o acesso a materiais de leitura, pode desempenhar um papel importante no desenvolvimento da linguagem em crianças com TEA.
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