Nova Abordagem para Correção de Mutações Genéticas com Oligonucleotídeos Antisenso
Mutações genéticas que afetam o processo de splicing, um mecanismo crucial na produção de proteínas, desempenham um papel significativo no desenvolvimento de diversas doenças. No entanto, o impacto preciso dessas mutações e as maneiras de corrigi-las ainda não são totalmente compreendidas. Uma pesquisa recente investigou o efeito de variantes exônicas no splicing de 71 genes clinicamente relevantes, visando identificar estratégias terapêuticas mais eficazes.
O estudo analisou mais de 32 mil mutações exônicas, identificando 1.733 mutações que interrompem o splicing. Os pesquisadores observaram que essas mutações não se distribuem uniformemente ao longo dos exons, mas se concentram em aproximadamente 8% dos exons, considerados hotspots para mutações de splicing. Essa descoberta é importante porque sugere que intervenções terapêuticas direcionadas a esses hotspots podem ter um impacto amplo na correção de erros de splicing.
Um dos resultados mais promissores da pesquisa foi a demonstração de que oligonucleotídeos antisenso (ASOs), moléculas sintéticas de DNA ou RNA, podem reverter múltiplas mutações de splicing nesses exons hotspots. Os ASOs atuam direcionando os locais de splicing dos exons adjacentes, tanto a montante quanto a jusante, corrigindo, assim, o processo de splicing defeituoso. Essa abordagem abre caminho para o desenvolvimento de terapias mais eficientes, nas quais um único ASO pode corrigir diversas variantes de splicing localizadas em um determinado exon, simplificando o tratamento de doenças genéticas complexas.
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