A condição pós-COVID-19, caracterizada pela persistência de sintomas após a infecção pelo SARS-CoV-2, tem sido objeto de crescente atenção na área da saúde. Um estudo recente investigou o perfil de pacientes com essa condição, com o objetivo de classificar indivíduos obesos e não obesos com base no índice de massa corporal (IMC) e determinar se a obesidade está associada a um quadro clínico e funcional mais desfavorável.
A pesquisa, de natureza observacional e transversal, envolveu adultos de ambos os sexos que foram hospitalizados devido à infecção pelo SARS-CoV-2 e apresentavam a condição pós-COVID-19. Esses pacientes foram encaminhados para reabilitação pulmonar entre agosto de 2020 e outubro de 2022. Os dados foram coletados a partir de avaliações fisioterapêuticas. Os participantes foram divididos em dois grupos: obesos e não obesos, e avaliados em relação ao histórico de saúde, tempo de internação, presença de dispneia (falta de ar) durante as atividades de vida diária e força muscular respiratória. A amostra foi composta por 54 indivíduos, a maioria mulheres, com idade média de 55 anos. Uma parcela significativa dos participantes era obesa (75,9%), sedentária, de cor branca e atuava no comércio ou na construção civil.
Os resultados do estudo revelaram que, embora a maioria dos participantes encaminhados para reabilitação pulmonar apresentasse obesidade, essa condição não estava associada a um pior quadro clínico e funcional. Não houve correlação significativa entre obesidade e hipertensão, diabetes, dispneia ou fadiga. Da mesma forma, o tempo de internação hospitalar, os dias de permanência na unidade de terapia intensiva (UTI), os dias em ventilação mecânica invasiva e a força muscular respiratória não foram influenciados pela obesidade. Em resumo, o estudo sugere que, embora a obesidade possa ser um fator que contribui para a necessidade de reabilitação pulmonar após a COVID-19, ela não necessariamente implica em um estado de saúde mais comprometido nesses pacientes. É importante ressaltar que a reabilitação pulmonar pode ser benéfica para todos os pacientes pós-COVID, independentemente do seu IMC.
Origem: Link