Autismo e Disforia de Gênero: Uma Coocorrência Significativa

Um estudo recente, parte da pesquisa Sueca sobre Disforia de Gênero (SKDS), investigou a relação entre o Transtorno do Espectro Autista (TEA) e a disforia de gênero. A pesquisa revelou uma prevalência significativamente maior de diagnósticos de TEA em indivíduos com disforia de gênero, independentemente do sexo atribuído ao nascimento, quando comparados com participantes cisgêneros. Este achado reforça a crescente compreensão da coocorrência entre essas duas condições.

Além da maior prevalência de diagnósticos formais de TEA, o estudo também avaliou traços autísticos através de escalas como a RAADS-14 e o AQ. Os resultados indicaram que o grupo com disforia de gênero obteve pontuações mais altas em ambas as escalas, sugerindo uma maior presença de características associadas ao autismo. Esses resultados destacam a importância de considerar a possibilidade de TEA em indivíduos que buscam tratamento para disforia de gênero, e vice-versa, para garantir um cuidado abrangente e personalizado.

Curiosamente, a pesquisa não encontrou uma associação direta entre o autismo e o nível de incongruência de gênero em indivíduos com disforia de gênero. Isso significa que, dentro do grupo de pessoas com disforia de gênero, a presença de autismo não parece influenciar a intensidade com que a pessoa se identifica com um gênero diferente daquele atribuído ao nascimento. Esses resultados sugerem que, embora o autismo e a disforia de gênero frequentemente coexistam, eles podem ser vivenciados de forma independente, com necessidades e desafios distintos que devem ser abordados de maneira individualizada. A pesquisa continua a ser crucial para desvendar as complexas interconexões entre essas condições e informar práticas clínicas mais eficazes.

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