Depressão e Linguagem Corporal: Um Novo Biomarcador?

A depressão, ou Transtorno Depressivo Maior (TDM), é uma condição complexa que afeta profundamente a vida de milhões de pessoas. Embora os sintomas emocionais como tristeza e desesperança sejam bem conhecidos, a depressão também se manifesta através de alterações no comportamento não verbal, como a gesticulação. Uma nova pesquisa investiga a relação entre a depressão e a frequência de gestos manuais durante a fala, buscando identificar se essa característica pode servir como um biomarcador objetivo para a doença.

O estudo, publicado no Journal of Affective Disorders, utilizou uma ferramenta automatizada baseada em vídeo para quantificar os gestos espontâneos de indivíduos com depressão ativa (cMDD) e em remissão (rMDD) enquanto se expressavam oralmente. Os resultados revelaram que pessoas com depressão ativa gesticulavam significativamente menos por minuto do que aquelas em remissão. Além disso, a frequência de gestos estava negativamente correlacionada com a gravidade dos sintomas depressivos e com medidas observacionais de retardo psicomotor, um sintoma caracterizado pela lentidão dos movimentos e da fala.

Esses achados sugerem que a redução na gesticulação está mais fortemente associada ao estado ativo da depressão, em vez de ser uma característica permanente ou uma cicatriz de episódios depressivos anteriores. A análise automatizada de gestos oferece uma abordagem objetiva e escalável para avaliar o comportamento não verbal em pacientes com TDM. No futuro, essa técnica poderá ser explorada como um biomarcador clínico para monitorar a gravidade dos sintomas e a resposta ao tratamento, auxiliando no desenvolvimento de intervenções mais personalizadas e eficazes para o manejo da depressão.

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