Pesquisadores investigaram o potencial terapêutico da arecolina, uma substância conhecida por melhorar a memória e a cognição, em um modelo de camundongo com características semelhantes ao Transtorno do Espectro Autista (TEA). O estudo, publicado no Brain Research Bulletin, sugere que a arecolina pode ajudar a atenuar comportamentos associados ao autismo, como dificuldades de interação social e comportamentos repetitivos.
O TEA é frequentemente associado a anomalias na substância branca do cérebro, incluindo a hipomielinização, um processo de formação da mielina, essencial para a transmissão eficiente dos impulsos nervosos. O estudo utilizou um modelo de camundongo induzido por ácido valproico (VPA), que apresenta características semelhantes às observadas em humanos com TEA, incluindo problemas de mielinização. Os camundongos foram tratados com arecolina por quatro semanas, e os resultados indicaram uma melhora significativa nos comportamentos associados ao autismo e na função cognitiva.
Os pesquisadores observaram que a arecolina parece ativar a via de sinalização AMPK/CREB/BDNF no córtex frontal dos camundongos. Essa via desempenha um papel crucial na maturação dos oligodendrócitos, as células responsáveis pela produção de mielina, e na remielinização, o processo de reparo da mielina danificada. Ao estimular essa via, a arecolina pode promover a formação de mielina e, consequentemente, melhorar a função neurológica. Embora os resultados sejam promissores, é importante ressaltar que este é um estudo pré-clínico em modelos animais. Mais pesquisas são necessárias para determinar a eficácia e segurança da arecolina em humanos com TEA. No entanto, este estudo fornece evidências valiosas para o desenvolvimento de novas abordagens terapêuticas que visam a mielinização no tratamento do TEA e outros distúrbios neurológicos.
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