Atletas master, indivíduos com mais de 35 anos que mantêm um regime de exercícios físicos intenso, frequentemente se submetem a testes de esforço (TE) como parte de seus exames de saúde preventiva. Embora esses testes sejam ferramentas reconhecidas para avaliar o risco cardiovascular, especialmente em indivíduos com alta probabilidade de problemas cardíacos, sua aplicação e interpretação em atletas master ainda são objeto de estudo. Um estudo recente investigou a eficácia do teste de esforço em uma população de atletas master assintomáticos, buscando entender melhor a relação entre os resultados do teste e o risco cardiovascular nesses indivíduos.
A pesquisa envolveu 857 atletas espanhóis assintomáticos com idade média de 46 anos, todos praticantes regulares de exercícios de intensidade moderada a alta. Os participantes realizaram um teste de esforço submaximal, alcançando pelo menos 85% da frequência cardíaca máxima prevista. Surpreendentemente, apenas uma pequena porcentagem (4%) desses atletas se enquadrava na categoria de alto risco cardiovascular. A análise dos resultados dos testes de esforço revelou que apenas 4% dos atletas apresentaram resultados anormais, indicando possíveis problemas como isquemia, resposta tensional anormal ou arritmias. O estudo, de maneira interessante, não encontrou uma correlação significativa entre o risco cardiovascular e os resultados anormais nos testes de esforço.
Os resultados sugerem que, em uma população de atletas master assintomáticos da região do Mediterrâneo, a taxa de resultados anormais em testes de esforço é bastante baixa e aparentemente não está diretamente ligada ao risco cardiovascular. É importante ressaltar que este estudo se concentra em atletas assintomáticos, e os resultados podem não ser aplicáveis a atletas com sintomas ou histórico de problemas cardíacos. Estes achados reforçam a necessidade de uma avaliação individualizada do risco cardiovascular em atletas master, considerando não apenas os resultados dos testes de esforço, mas também outros fatores de risco e o histórico clínico do paciente. Mais pesquisas são necessárias para refinar as recomendações para o rastreamento cardiovascular e o uso de testes de esforço nesta população específica, garantindo uma abordagem eficaz e personalizada para a saúde do coração dos atletas master.
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