Crianças autistas frequentemente enfrentam barreiras na participação esportiva em comparação com seus pares não autistas. Uma pesquisa recente investigou como os padrões de envolvimento em esportes individuais e coletivos evoluem ao longo da infância, buscando identificar as trajetórias típicas e os fatores que influenciam essa participação.
O estudo, conduzido com uma amostra representativa de crianças australianas, analisou a participação esportiva entre os 8 e 15 anos, utilizando uma abordagem de modelagem de trajetórias múltiplas. Os resultados revelaram cinco grupos distintos de padrões de participação ao longo do tempo. Crianças autistas apresentaram maior probabilidade de integrar o grupo ‘evitador de esportes’, caracterizado por baixa participação tanto em esportes individuais quanto em equipe, em todas as idades. Por outro lado, elas eram menos propensas a serem classificadas nos grupos ‘esportista de equipe’, ‘ex-esportista de equipe’ ou ‘esportista misto’. Curiosamente, não houve diferença significativa na probabilidade de pertencer ao grupo ‘esportista individual’.
Essas descobertas sugerem que crianças autistas podem enfrentar desafios específicos nos ambientes esportivos coletivos, resultando em exclusão persistente ao longo do tempo. A participação similar em esportes individuais, por outro lado, indica que esses ambientes podem ser mais acolhedores e oferecer maior suporte para crianças autistas. A pesquisa destaca a importância de compreender as necessidades e desafios específicos enfrentados por crianças autistas no contexto esportivo, a fim de promover a inclusão e o bem-estar através do esporte. Estratégias que visem adaptar os ambientes esportivos coletivos e oferecer suporte individualizado podem ser cruciais para aumentar a participação e os benefícios do esporte para crianças autistas.
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