A ansiedade social é uma condição que frequentemente se manifesta em conjunto com o Transtorno do Espectro Autista (TEA), levantando desafios no diagnóstico diferencial, pois as características de ambas as condições podem se sobrepor. Uma pesquisa recente investigou o perfil comportamental e neural da ansiedade social em indivíduos com TEA, buscando identificar marcadores únicos que possam auxiliar na compreensão e no tratamento dessas comorbidades.
O estudo, dividido em duas etapas, envolveu uma análise comportamental online com um grupo grande de participantes (575 com TEA e 357 controles) e um estudo de neuroimagem com um grupo menor (72 em cada grupo). Os resultados revelaram que indivíduos com TEA e ansiedade social exibem comportamentos de submissão em interações sociais, em comparação com aqueles que apresentam apenas TEA ou ansiedade social. Adicionalmente, observou-se um aumento do volume da amígdala, uma região do cérebro associada ao medo e à ansiedade, especificamente em adultos com ambas as condições.
A relação entre o volume da amígdala e os comportamentos de submissão em indivíduos com TEA se mostrou ainda mais forte quando a ansiedade social era considerada. Esses achados sugerem que adultos autistas com amígdalas maiores podem ser mais propensos a experimentar ansiedade social e a enfrentar dificuldades em dinâmicas de poder, como em situações que envolvem dominância ou controle. Em suma, a pesquisa destaca a importância de reconhecer a ansiedade social como uma dimensão distinta no TEA, com implicações significativas para intervenções terapêuticas direcionadas e mais eficazes.
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