Um estudo recente investigou a prevalência de ideação suicida em adolescentes e adultos transgêneros que buscam tratamento, buscando identificar fatores de risco específicos. A pesquisa avaliou se traços de autismo, quadros de ansiedade e depressão, acesso a tratamentos de afirmação de gênero ou a autoidentificação impactavam a tendência ao suicídio neste grupo.
O estudo transversal envolveu 123 pacientes (a partir de 16 anos) que estavam frequentando ou haviam frequentado serviços especializados em questões de gênero na Irlanda do Norte. Os participantes responderam a questionários sobre informações demográficas, comportamento suicida, histórico de traumas e a Escala Hospitalar de Ansiedade e Depressão. A avaliação de traços autistas foi realizada através do Quociente de Autismo, da Escala Diagnóstica de Autismo de Ritvo e Asperger Revisada e da Escala de Comportamento de Cambridge (Quociente de Empatia).
Os resultados indicaram que apenas a presença de traços de autismo e quadros de ansiedade/depressão apresentaram associação independente com níveis mais elevados de ideação suicida. É importante notar que o risco futuro de suicídio auto relatado foi significativamente menor do que o risco passado entre os pacientes que estavam recebendo atendimento especializado. Essa aparente redução sugere que o acesso a esses serviços pode ter um impacto positivo na saúde mental desses indivíduos. O estudo conclui que essa população apresenta maior vulnerabilidade ao suicídio, especialmente aqueles com traços de autismo e ansiedade/depressão, e ressalta a importância do tratamento das necessidades de saúde mental em conjunto com intervenções de afirmação de gênero.
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