A Síndrome de Cotard, uma condição neuropsiquiátrica rara, manifesta-se através de delírios niilistas. Indivíduos afetados acreditam estar mortos, não existir ou ter perdido órgãos internos e funções corporais. Essa crença irreal pode gerar angústia significativa e impactar profundamente a qualidade de vida do paciente.
Associada a essa condição incomum, a auto-hemofagia, o ato de consumir o próprio sangue, é um comportamento extremamente raro e frequentemente ligado a transtornos psiquiátricos subjacentes, especialmente aqueles relacionados à psicose ou distúrbios graves de personalidade. Um estudo de caso recente relata a ocorrência simultânea da Síndrome de Cotard e auto-hemofagia em uma paciente de 28 anos, ilustrando a complexidade dessas condições.
A paciente apresentava delírios niilistas profundos, característicos da Síndrome de Cotard, juntamente com episódios repetidos de autoagressão seguidos pela ingestão do próprio sangue. Ela acreditava estar morta, não possuir órgãos internos e que beber seu próprio sangue era a única maneira de se sentir corpórea. O tratamento psiquiátrico hospitalar, incluindo o uso de risperidona e sertralina, em conjunto com psicoterapia de suporte, resultou em remissão parcial dos sintomas e interrupção do comportamento auto-hemofágico. Este caso destaca a importância do reconhecimento de apresentações psicopatológicas incomuns e graves que podem envolver comportamentos de alto risco e sistemas delirantes complexos. A identificação precoce e a intervenção multidisciplinar são essenciais para o manejo eficaz e a prevenção de danos a longo prazo.
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