Para atletas de alto rendimento, a busca por métodos eficazes de recuperação pós-exercício é constante. Estratégias como a imersão em água fria (CWI) e quente (HWI) são frequentemente utilizadas por jogadores de futebol, na esperança de acelerar a recuperação física e otimizar as adaptações ao treinamento. No entanto, um estudo recente investigou a real eficácia dessas técnicas em comparação com um placebo.
A pesquisa, publicada no European Journal of Applied Physiology, avaliou o impacto da CWI e HWI na recuperação da performance física em jogadores de futebol de nível nacional. Quarenta atletas do sexo masculino, com idades entre 15 e 19 anos, foram divididos em três grupos: CWI (10 °C por 10 minutos), HWI (42 °C por 20 minutos) e placebo (laser simulado por 6 minutos). As intervenções foram aplicadas após uma partida simulada de 90 minutos. A performance física foi avaliada através de testes aeróbicos submáximos, sprint de 20 metros, salto com contramovimento (CMJ) e força de extensão do joelho, medidos antes da partida simulada e 0, 21 e 45 horas após.
Os resultados surpreenderam: todas as três modalidades (CWI, HWI e placebo) apresentaram efeitos semelhantes na recuperação da performance física durante o período de 21 a 45 horas após a partida. Além disso, o uso repetido dessas modalidades de recuperação (aproximadamente duas vezes por semana) ao longo de 15 semanas não demonstrou impactos significativos na composição corporal ou no desenvolvimento da performance física dos atletas. A conclusão do estudo é clara: em comparação com um placebo, a imersão em água fria ou quente não oferece benefícios superiores na recuperação pós-jogo e não influencia as adaptações ao treinamento a longo prazo em jogadores de futebol de alto nível. Isso desafia a crença comum sobre a eficácia dessas práticas e abre espaço para a investigação de outras estratégias de recuperação mais eficientes.
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