A depressão, uma condição de saúde mental amplamente prevalente, frequentemente se manifesta com comprometimento cognitivo, afetando a capacidade de concentração, memória e aprendizado. Enquanto a estimulação cerebral não invasiva (NIBS) tem demonstrado eficácia no tratamento da depressão em si, seu impacto na melhoria dos déficits cognitivos associados tem sido objeto de estudo. Uma recente meta-análise investigou sistematicamente a eficácia da NIBS na melhora da função cognitiva em pacientes deprimidos, reunindo e analisando dados de diversos estudos clínicos.
A análise considerou diversos domínios cognitivos, incluindo a função cognitiva global, a capacidade de aprendizado e memória, a memória de trabalho, a linguagem, a velocidade psicomotora, a atenção, a habilidade visuoespacial e diferentes aspectos da função executiva, como a alternância da atenção, a fluência verbal, o controle inibitório e a flexibilidade cognitiva. Os resultados da meta-análise, que envolveu dados de 23 estudos randomizados controlados, indicaram que a NIBS promoveu uma melhora significativa na função cognitiva global e na capacidade de aprendizado e memória em pacientes com depressão.
Um aspecto interessante revelado pela análise foi que a estimulação magnética transcraniana (TMS), uma forma específica de NIBS, demonstrou ser significativamente mais eficaz do que o placebo no que diz respeito à melhora da função cognitiva global. Embora os efeitos da NIBS em outros domínios cognitivos não tenham sido estatisticamente significativos, os resultados promissores em relação à função cognitiva global e à memória abrem novas perspectivas para o tratamento de pacientes com depressão e comprometimento cognitivo. Estudos futuros de alta qualidade são necessários para validar os protocolos de estimulação mais eficazes e para determinar o impacto a longo prazo da NIBS na cognição em pacientes deprimidos. Estes achados sugerem que a NIBS pode vir a ser uma ferramenta valiosa no tratamento da depressão, não apenas aliviando os sintomas emocionais, mas também melhorando a qualidade de vida através da recuperação da função cognitiva.
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