O treinamento bilateral intensivo (TBI) tem se mostrado uma intervenção promissora para crianças com paralisia cerebral unilateral (PCU). No entanto, a eficácia de diferentes esquemas de treinamento permanece uma questão em aberto. Um estudo recente investigou se a distribuição das sessões de treinamento impacta nos resultados obtidos pelas crianças.
A pesquisa comparou dois modelos de TBI: um intensivo, com 36 horas de treinamento concentradas em uma semana, e outro distribuído, com as mesmas 36 horas divididas em sessões duas vezes por semana ao longo de oito semanas. Os participantes, 35 crianças com PCU entre 6 e 12 anos, foram avaliados em diversos aspectos motores, incluindo a destreza manual, a coordenação bilateral e o uso da mão mais afetada em atividades cotidianas. Além disso, os níveis de estresse parental também foram monitorados.
Os resultados revelaram que ambos os esquemas de treinamento proporcionaram melhorias significativas e similares no desempenho motor das crianças, tanto imediatamente após o tratamento quanto oito semanas depois. Entretanto, o grupo que recebeu o TBI intensivo demonstrou um aumento ainda maior na qualidade e frequência do uso da mão mais afetada em suas atividades diárias. Notavelmente, os níveis de estresse dos pais permaneceram estáveis em ambos os grupos. Esses achados sugerem que tanto o TBI intensivo quanto o distribuído são viáveis, bem tolerados e podem ser aplicados em diferentes contextos clínicos, com o modelo intensivo oferecendo um benefício adicional no uso diário da mão mais afetada.
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