A privação de sono, um problema crescente na sociedade moderna, tem sido associada a diversos eventos adversos, tanto físicos quanto mentais. Um estudo recente investigou os efeitos da falta de sono nas medidas fisiológicas da regulação emocional e da atenção, com foco na dinâmica de recuperação entre pilotos da força aérea privados de sono. A pesquisa buscou quantificar objetivamente o impacto da privação de sono no desempenho cognitivo humano, um desafio complexo.
Noventa e um pilotos participaram de um workshop sobre privação de sono, realizado por um centro aeroespacial. Para avaliar o desempenho emocional e atencional, os pilotos foram submetidos a testes como o Auditory Sustained Attention Test (ASAT) e o Psychomotor Vigilance Test. Os testes foram aplicados em três momentos: no início do estudo (baseline), após 24 horas de privação de sono e após períodos de recuperação de sono de 3 e 8 horas. A análise dos dados revelou que 24 horas sem dormir induziram prejuízos significativos tanto na atenção quanto na regulação emocional.
Curiosamente, a pesquisa também apontou que, embora 3 horas de sono de recuperação tenham atenuado os efeitos na regulação emocional e na latência da inibição da resposta, o desempenho atencional necessitou de 8 horas de sono para melhorar o prejuízo observado, que chegava a 70%. Além disso, os efeitos adversos da privação de sono, medidos fisiologicamente, foram distintos entre as diferentes profissões aéreas, permitindo a previsão por meio de aprendizado de máquina com alta precisão, sensibilidade e especificidade. Os resultados sugerem que o ASAT pode ser utilizado como uma medida fisiológica objetiva e não invasiva para quantificar a regulação emocional e a atenção, auxiliando na avaliação da aptidão de pilotos e promovendo a segurança, além de potencialmente melhorar a avaliação individual e as consequências da privação de sono.
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