Um estudo recente investigou a relação entre o uso de dispositivos de comunicação geradores de fala (DCGF) e o desenvolvimento da fala em crianças com Transtorno do Espectro Autista (TEA) e deficiência intelectual. A pesquisa explora uma abordagem promissora que visa estimular a comunicação verbal, mesmo com o uso contínuo de ferramentas de comunicação aumentativa e alternativa (CAA).
O estudo focou em como a remoção da saída de fala sintética dos DCGFs, combinada com um sistema de reforço retardado, pode influenciar positivamente a frequência de pedidos verbais nessas crianças. Três participantes com TEA e deficiência intelectual foram avaliados em duas condições distintas: uma com fala sintética imediata e reforço imediato, e outra sem fala sintética, com reforço retardado. Os resultados indicaram um aumento nos pedidos verbais na condição sem fala sintética e com reforço retardado, sugerindo que a estratégia pode ser eficaz para incentivar a comunicação oral, sem necessariamente abandonar o uso dos DCGFs.
Essa abordagem inovadora oferece uma nova perspectiva para pais, terapeutas e educadores que trabalham com crianças com TEA e dificuldades de comunicação. Ao retirar temporariamente o feedback auditivo imediato da fala sintética, e ao introduzir um sistema de reforço que recompensa a tentativa de comunicação verbal, as crianças podem ser incentivadas a usar suas próprias vozes para expressar suas necessidades e desejos. Além disso, o estudo também observou melhorias significativas nas habilidades de linguagem expressiva após a intervenção, o que reforça ainda mais o potencial dessa estratégia para promover o desenvolvimento da comunicação em crianças com TEA e deficiência intelectual. É importante ressaltar que essa intervenção busca complementar, e não substituir, o uso de ferramentas de CAA, oferecendo uma abordagem integrada para apoiar a comunicação de indivíduos com essas condições.
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