A recuperação após a hospitalização por COVID-19 pode ser um período desafiador, com muitos pacientes enfrentando alterações físicas e funcionais que afetam sua autonomia e qualidade de vida. Um estudo recente investigou a relação entre o perfil demográfico e clínico de indivíduos hospitalizados com COVID-19 e seus resultados funcionais após a alta hospitalar, revelando insights importantes sobre os fatores que influenciam a recuperação.
A pesquisa, que envolveu 102 pacientes diagnosticados com SARS-CoV-2 e hospitalizados devido à COVID-19, analisou dados clínicos, laboratoriais e demográficos, além de aplicar testes de avaliação funcional, como o Índice de Katz (que avalia a independência nas atividades básicas da vida diária), o teste de sentar e levantar em 1 minuto (1MSST) e o teste Time Up and Go (TUG), que mede a mobilidade e o equilíbrio. Os resultados indicaram que a idade avançada e o comprometimento pulmonar significativo, avaliado por tomografia computadorizada (TC), estão associados a um pior desempenho funcional.
Especificamente, o estudo demonstrou que idosos e indivíduos com comprometimento pulmonar em TC acima de 50% apresentam menor força e resistência nos membros inferiores, impactando sua capacidade de realizar atividades como caminhar e subir escadas. Além disso, a idade, o tempo de internação e o número de comorbidades influenciaram negativamente a mobilidade e o equilíbrio, refletidos em um tempo maior para completar o teste TUG. O estudo conclui que a idade, o tempo de internação, o número de comorbidades e o grau de comprometimento pulmonar são preditores importantes da capacidade funcional após a alta hospitalar, com idosos e pacientes com maior dano pulmonar apresentando maior risco de dependência em atividades de autocuidado. Portanto, intervenções focadas na reabilitação e no fortalecimento muscular, especialmente em pacientes idosos e com comprometimento pulmonar, são cruciais para otimizar a recuperação e promover a independência após a alta hospitalar.
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