A capacidade de brincar, aparentemente simples, é fundamental para o desenvolvimento infantil, especialmente em crianças com autismo. A brincadeira é avaliada pela presença de três elementos essenciais: motivação intrínseca, controle interno e a liberdade de suspender a realidade. Essa capacidade, no entanto, pode ser influenciada por diversos fatores, incluindo habilidades físicas, sociais e cognitivas da criança, bem como aspectos físicos, sociais e culturais do ambiente em que ela brinca.
Um estudo recente investigou a ludicidade em crianças com autismo em uma sala de integração sensorial. Participaram da pesquisa 36 crianças com autismo, com idade média de 62,1 meses (aproximadamente 5 anos). Os pesquisadores utilizaram um questionário de informações demográficas e a versão turca do Teste de Ludicidade para avaliar como diferentes fatores afetam a capacidade de brincar dessas crianças. A análise considerou gênero, idade, ordem de nascimento, idade dos pais, nível de escolaridade e situação empregatícia dos pais, renda familiar e número de irmãos.
Os resultados revelaram que a ludicidade está relacionada ao nível de escolaridade do pai, à situação empregatícia da mãe e à renda familiar. Esses achados destacam a importância do contexto familiar e socioeconômico no desenvolvimento da capacidade de brincar em crianças com autismo. Intervenções que visam melhorar a integração sensorial e promover ambientes de brincadeira mais adequados podem ser benéficas para estimular a ludicidade e, consequentemente, o desenvolvimento global dessas crianças. É importante que futuras pesquisas explorem mais a fundo essas relações e investiguem o impacto de diferentes abordagens terapêuticas na promoção da ludicidade em crianças com autismo.
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