Crianças com Transtorno do Espectro Autista (TEA) frequentemente apresentam desafios na coordenação motora, no processamento sensorial e na interação social. Essas dificuldades podem limitar sua participação em atividades físicas e esportivas, impactando seu desenvolvimento global. Intervenções baseadas na integração sensorial têm demonstrado resultados promissores, mas o impacto específico do treinamento esportivo estruturado, que incorpora princípios sensoriais, ainda precisava de mais investigação.
Um estudo recente avaliou os efeitos de um programa de treinamento esportivo de 12 semanas, focado na integração sensorial, sobre as habilidades motoras e sociais de crianças com TEA. Quarenta participantes, com idades entre 6 e 12 anos, foram divididos aleatoriamente em dois grupos: um experimental, que recebeu o treinamento esportivo com integração sensorial, e um grupo controle, que participou de atividades físicas padrão. A coordenação motora foi avaliada utilizando o Teste de Proficiência Motora de Bruininks-Oseretsky (BOT-2), enquanto a responsividade social foi medida com a Escala de Responsividade Social (SRS-2). O engajamento comportamental semanal também foi registrado.
Os resultados revelaram que o grupo de intervenção apresentou um aumento significativo de 17,2 pontos nos escores do BOT-2, indicando uma melhora na coordenação motora. Os escores do SRS-2 diminuíram em 13,2 pontos, sinalizando uma maior responsividade social. Além disso, as taxas de participação em atividades estruturadas aumentaram de 45% para 85% ao longo das 12 semanas. A análise estatística demonstrou um grande tamanho de efeito (Cohen’s d > 0,8) para ambos os resultados. Esses achados sugerem que o treinamento esportivo baseado na integração sensorial pode ser uma abordagem terapêutica e educacional eficaz para melhorar o funcionamento motor e social em crianças com TEA, abrindo novas perspectivas para programas de reabilitação e inclusão.
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