Infecções no sítio cirúrgico (ISC) representam uma complicação comum após cirurgias cardíacas importantes, com incidências que variam consideravelmente. Um estudo recente investigou a eficácia de diferentes tipos de curativos na prevenção dessas infecções em pacientes submetidos a esternotomia mediana (abertura do osso esterno para acesso ao coração).
A pesquisa, um estudo clínico prospectivo randomizado, acompanhou 900 adultos submetidos a cirurgia cardíaca. Os pacientes foram divididos em três grupos, cada um recebendo um tipo diferente de curativo: gaze convencional, espuma de poliuretano absorvente ou terapia de feridas com pressão negativa (NPWT). O objetivo era comparar a incidência, a causa e o prognóstico das infecções da ferida cirúrgica entre os três grupos.
Os resultados indicaram que não houve diferenças significativas na incidência geral de ISC entre os grupos. No entanto, a terapia NPWT mostrou-se mais eficaz na prevenção da mediastinite pós-cirúrgica (uma infecção grave no mediastino, a região entre os pulmões) em um subgrupo específico de pacientes: aqueles submetidos a cirurgia de revascularização do miocárdio (ponte de safena) com enxertos da artéria mamária interna. Embora os curativos mais modernos e caros não tenham demonstrado uma vantagem geral, a terapia NPWT pode ser uma opção valiosa para prevenir complicações em pacientes específicos de alto risco. A escolha do curativo ideal deve considerar o tipo de cirurgia e as características individuais do paciente para otimizar a prevenção de infecções e promover uma recuperação mais rápida e segura. A identificação de grupos de risco específicos é crucial para direcionar intervenções mais eficazes.
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