Diagnosticar demência em adultos autistas mais velhos apresenta desafios únicos, especialmente naqueles com deficiência intelectual. A complexidade surge da sobreposição de fatores cognitivos, comunicativos e comportamentais, dificultando o uso de ferramentas de diagnóstico padrão. Um relatório recente, fruto do 2º Encontro Internacional sobre Deficiência Intelectual e Demência, destaca a necessidade urgente de aprimorar as abordagens diagnósticas para essa população.
Um dos principais obstáculos é a dificuldade em distinguir entre os sintomas do autismo e os sinais iniciais de demência. Sintomas sobrepostos de condições neurodesenvolvimentais e psiquiátricas coexistentes podem levar a diagnósticos imprecisos. Portanto, avaliações abrangentes, adaptadas às características específicas do autismo, como sensibilidades sensoriais e métodos de comunicação alternativos, são essenciais. A colaboração multidisciplinar entre clínicos e o desenvolvimento de capacidade diagnóstica são igualmente importantes para garantir um diagnóstico correto e oportuno.
Para melhorar a precisão do diagnóstico, recomenda-se a realização de avaliações longitudinais, iniciadas antes mesmo do aparecimento dos sintomas de demência. Isso permite a detecção precoce de mudanças sutis no comportamento e nas habilidades cognitivas. Além disso, o uso de biomarcadores emergentes e técnicas de neuroimagem, sempre que possível, pode fornecer informações valiosas. A criação de processos de transição entre o diagnóstico e o suporte pós-diagnóstico é fundamental para mitigar os desafios e melhorar a qualidade de vida dos idosos autistas com demência. Estratégias como avaliações virtuais em ambientes familiares podem reduzir a ansiedade e aumentar a precisão diagnóstica.
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