Um estudo recente investigou a relação entre os ácidos graxos de cadeia curta (SCFAs), padrões alimentares mediterrâneos e o risco de desenvolvimento de diabetes tipo 2 (T2D). Os SCFAs são produzidos pela microbiota intestinal a partir da fermentação de fibras alimentares e desempenham um papel importante na saúde. A pesquisa buscou determinar se as concentrações circulantes de SCFAs estão ligadas a hábitos alimentares específicos e se podem prever o desenvolvimento de T2D em indivíduos de risco.
O estudo acompanhou mais de 2400 participantes durante sete anos, avaliando sua adesão à dieta mediterrânea e o consumo de alimentos ricos em fibras. Os resultados mostraram que indivíduos que desenvolveram T2D apresentavam concentrações mais elevadas de butirato e isobutirato no início do estudo. Além disso, as concentrações de SCFAs foram associadas ao consumo de alimentos ricos em fibras. A análise revelou que as concentrações de butirato e isobutirato estavam independentemente associadas ao desenvolvimento de T2D, mesmo após considerar fatores de risco clínicos tradicionais.
Embora os SCFAs tenham demonstrado ser preditores do risco de T2D, sua capacidade de melhorar a previsão em comparação com os fatores de risco tradicionais foi limitada. No entanto, eles aprimoraram a previsão de risco quando avaliados pelo FINDRISK, um questionário usado para avaliar o risco de desenvolver diabetes tipo 2. Os resultados sugerem que os SCFAs podem ser um biomarcador útil para identificar indivíduos com maior risco de desenvolver T2D, mas mais pesquisas são necessárias para entender completamente o impacto das intervenções dietéticas nos SCFAs e na prevenção do diabetes. A associação entre o consumo de alimentos ricos em fibras e o desenvolvimento de T2D sugere uma possível diferença no comportamento entre indivíduos saudáveis e pré-diabéticos, abrindo novas avenidas para investigação.
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