A propriocepção, a capacidade de perceber a posição e o movimento do corpo no espaço, desempenha um papel crucial na função física. Em indivíduos com condições neurológicas como Acidente Vascular Cerebral (AVC), Doença de Parkinson e Esclerose Múltipla (EM), a avaliação da propriocepção é frequentemente utilizada para investigar as causas de déficits funcionais. Uma revisão sistemática recente analisou a relação entre a capacidade proprioceptiva e a função física nessas populações.
A revisão incluiu 56 estudos, abrangendo um total de 438 medidas de associação. Os resultados indicaram que, na maioria dos casos (92%), uma melhor capacidade proprioceptiva estava associada a uma melhor função física. No entanto, a magnitude dessas associações variou consideravelmente, e fatores como o tamanho da amostra do estudo e o tipo de avaliação proprioceptiva não influenciaram sistematicamente a direção ou a magnitude das associações. É importante notar que a maioria das avaliações se concentrou na propriocepção de baixo nível e na cinestesia, que envolvem a percepção da posição e do movimento.
Apesar da correlação observada entre propriocepção e função física, a revisão destaca a necessidade de cautela ao inferir causalidade. Vários déficits inter-relacionados e potencialmente confundidores podem coexistir em pacientes com AVC, Parkinson e EM. Além disso, diferentes aspectos da propriocepção, incluindo a propriocepção de alto nível (que envolve processos cognitivos mais complexos), podem contribuir de forma diferente para a função física. Estudos futuros devem considerar a avaliação de vários aspectos da propriocepção e evitar inferir causalidade com base apenas em medidas de associação simples. Avaliar a propriocepção de forma mais abrangente pode fornecer uma compreensão mais profunda de seu papel na função física nessas condições neurológicas e informar estratégias de reabilitação mais eficazes.
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