A estimulação elétrica funcional (EEF) surge como uma ferramenta terapêutica promissora para auxiliar na recuperação motora de indivíduos que sofreram lesões ou doenças na medula espinhal. Essa técnica inovadora envolve a aplicação de corrente elétrica em músculos e/ou nervos periféricos, com o objetivo de facilitar movimentos funcionais essenciais, como caminhar e alcançar objetos. A EEF busca, essencialmente, ‘despertar’ os músculos paralisados ou enfraquecidos, permitindo que o paciente execute tarefas que antes eram impossíveis.
Apesar do investimento significativo em pesquisa e desenvolvimento e dos benefícios terapêuticos potenciais da EEF, sua aplicação ainda não é amplamente difundida na prática clínica. A comunidade científica tem se dedicado a investigar e otimizar os protocolos de estimulação, buscando identificar as melhores estratégias para maximizar os resultados e garantir a segurança dos pacientes. A identificação de parâmetros de estimulação adequados, a combinação da EEF com outras terapias de reabilitação e a personalização do tratamento são aspectos cruciais para o sucesso da intervenção.
Estudos recentes apontam para a importância de uma abordagem multidisciplinar e da colaboração entre pesquisadores, profissionais de saúde e pacientes no desenvolvimento e implementação de dispositivos e protocolos de EEF. A incorporação de estratégias de co-design e a utilização de modelos de tradução do conhecimento são fundamentais para superar as barreiras que impedem a disseminação da EEF na prática clínica. Recomenda-se que pesquisadores e desenvolvedores de tecnologia colaborem com cientistas de implementação, adotem métodos participativos, compreendam as barreiras e facilitadores para implementação e reservem tempo para a implementação em seus projetos. O foco em uma implementação clínica mais eficaz é essencial para que a EEF possa beneficiar um número maior de pacientes com lesão medular, proporcionando-lhes uma melhor qualidade de vida e maior independência funcional.
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