A adolescência é uma fase de transição complexa, marcada por transformações físicas, emocionais e sociais. Um estudo longitudinal realizado em São Leopoldo, Rio Grande do Sul, investigou os preditores de dificuldades emocionais e comportamentais nessa fase da vida, acompanhando crianças desde o nascimento até os 13 anos de idade.
Os resultados da pesquisa, que utilizou o Questionário de Forças e Dificuldades (SDQ) para avaliar os adolescentes, revelaram que 14,4% apresentavam dificuldades emocionais e comportamentais. Fatores como baixa escolaridade materna, idade precoce da mãe ao dar à luz (menores de 20 anos), aleitamento materno exclusivo por menos de quatro meses, baixo nível socioeconômico familiar e excesso de peso na infância foram identificados como preditores significativos. Por exemplo, notou-se que filhos de mães com menos de 8 anos de estudo apresentaram maiores alterações de conduta. Adolescentes do sexo masculino, de cor branca, amamentados exclusivamente por menos de 4 meses e pertencentes a famílias com renda mensal inferior a 3 salários mínimos demonstraram maiores dificuldades no comportamento pró-social. Além disso, um IMC (Índice de Massa Corporal) elevado aos quatro anos de idade também se mostrou um fator de risco.
Esses achados reforçam a importância de intervenções preventivas multidisciplinares focadas na saúde mental de crianças e adolescentes. O estudo destaca a necessidade de apoio e acompanhamento desde os primeiros anos de vida, considerando o contexto familiar e socioeconômico. Investir em programas que promovam o aleitamento materno, combatam a obesidade infantil e ofereçam suporte a famílias em situação de vulnerabilidade pode contribuir significativamente para o bem-estar emocional e comportamental dos adolescentes, minimizando o impacto desses fatores de risco identificados.
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