Parkinson em Idosos: Desafios e Estratégias de Tratamento

A doença de Parkinson em pacientes idosos apresenta desafios únicos, especialmente considerando a alta prevalência de multimorbidade nessa faixa etária. Na Alemanha, estima-se que cerca de 150.000 pessoas com mais de 80 anos sofram da doença, e a demência se desenvolve em 80% dos casos. A presença de outras condições de saúde complica as opções de tratamento, e essa população é frequentemente sub-representada em ensaios clínicos de medicamentos antiparkinsonianos.

Uma revisão recente propõe simplificar o regime de tratamento para pacientes idosos com Parkinson, visando minimizar os efeitos colaterais e facilitar o manejo da doença tanto para os pacientes quanto para seus cuidadores. O tratamento principal continua sendo a levodopa, combinada com um inibidor da descarboxilase da dopa, administrada durante o dia em formulações de liberação padrão ou dispersíveis, e à noite em forma de liberação prolongada. Um inibidor da catecol-O-metiltransferase (COMT) pode ser adicionado, se necessário. O uso de outros medicamentos antiparkinsonianos com mecanismos de ação distintos deve ser feito com cautela.

Para pacientes com flutuações graves na eficácia da medicação e longos períodos “off” (acinesia), opções como a bomba de levodopa jejunal e a administração subcutânea de foslevodopa podem ser consideradas. A demência associada à doença de Parkinson pode ser tratada com rivastigmina, um antidemencial colinérgico. Para psicoses intratáveis, a quetiapina (uso off-label) ou a clozapina (baseada em evidências, com monitoramento sanguíneo semanal) podem ser utilizadas. Outros neurolépticos devem ser evitados em pacientes com Parkinson. Além da farmacoterapia, a fisioterapia e a fonoaudiologia são componentes essenciais do tratamento, com eficácia comprovada em todas as fases da doença. É importante ressaltar a necessidade de mais estudos clínicos randomizados e controlados, especificamente direcionados a essa população, para fortalecer a base de evidências para o tratamento de pacientes idosos com doença de Parkinson.

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