Linguagem e Inclusão: Preferências de Estudantes com Necessidades Educacionais Especiais
A forma como nos referimos às pessoas tem um impacto significativo em sua autoestima e senso de pertencimento. Um estudo recente investigou as preferências de linguagem entre estudantes universitários com Necessidades Educacionais Especiais (NEE) em Singapura, abordando a escolha entre a linguagem que prioriza a pessoa (ex: ‘pessoa com autismo’) e a linguagem que prioriza a identidade (ex: ‘autista’). Compreender essas preferências é crucial para promover um ambiente inclusivo e respeitoso.
A pesquisa, publicada no Journal of Autism and Developmental Disorders, envolveu 115 estudantes universitários com NEE, incluindo indivíduos com Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade (TDAH), dislexia e autismo. Os participantes responderam a um questionário online que explorava sua preferência em relação à linguagem utilizada para se referir a eles. Os resultados revelaram que a maioria (cerca de 69%) dos estudantes com NEE preferem a linguagem que prioriza a pessoa, como ‘pessoa com TDAH’ ou ‘pessoa com dislexia’. No entanto, uma parcela significativa dos participantes expressou preferência pela linguagem que prioriza a identidade.
É importante notar que a preferência pela linguagem variou ligeiramente entre os diferentes grupos de NEE. Estudantes com TDAH e autismo demonstraram uma tendência maior a preferir a linguagem que prioriza a pessoa. Independentemente da preferência predominante, o estudo destaca a importância de respeitar as escolhas individuais de cada pessoa. Utilizar a linguagem preferida por cada indivíduo contribui para evitar sentimentos de exclusão e promover um senso de aceitação e valorização. A linguagem inclusiva é uma ferramenta poderosa para construir uma sociedade mais justa e equitativa para todos.
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