A tecnologia móvel está se tornando uma ferramenta poderosa no suporte a diversas áreas da saúde, e o tratamento do autismo não é exceção. Um estudo recente explorou o potencial de aplicativos para dispositivos móveis (mHealth) como forma de ampliar o acesso a intervenções mediadas por cuidadores para crianças autistas. A ideia central é que esses aplicativos podem tornar o tratamento mais acessível, escalável e economicamente viável.
Para garantir que o aplicativo realmente atendesse às necessidades da comunidade, pesquisadores realizaram grupos focais e entrevistas com 13 cuidadores e 14 clínicos especializados. O objetivo era entender suas perspectivas sobre um futuro aplicativo baseado no programa de Treinamento de Habilidades para Cuidadores da OMS (Organização Mundial da Saúde). A análise dos dados revelou quatro temas principais: cenários de uso, propósitos, ameaças ao sucesso do aplicativo e estratégias para o sucesso. Cuidadores enfatizaram a necessidade de um aplicativo que pudesse apoiá-los em diferentes estágios e papéis, independentemente de sua experiência prévia com o treinamento presencial.
Os participantes esperavam que o aplicativo integrasse psicoeducação, apoio à prática em casa e promoção do bem-estar psicológico. As principais preocupações com a eficácia do aplicativo estavam relacionadas à entrega autodirigida, sem a presença de um terapeuta. Para mitigar esses riscos, foram propostas estratégias como a incorporação de conteúdo envolvente, elementos de gamificação, recursos de personalização e, acima de tudo, facilidade de uso. O próximo passo é realizar testes formais de usabilidade do protótipo inicial e avaliar sua aceitabilidade e eficácia no longo prazo, para garantir que a ferramenta realmente cumpra seu propósito de auxiliar cuidadores e melhorar a qualidade de vida de crianças com autismo.
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