A exposição à guerra e ao terrorismo tem um impacto significativo na saúde mental, afetando tanto as vítimas diretas quanto seus familiares. Crianças, devido à sua vulnerabilidade emocional e cognitiva em desenvolvimento, são particularmente suscetíveis a esses efeitos. Um estudo recente investigou o impacto psicológico da exposição à guerra em crianças israelenses com Transtorno do Espectro Autista (TEA), comparando-as com crianças neurotípicas.
A pesquisa, publicada no Journal of Psychiatric Research, analisou dados coletados de pais de 228 crianças entre 4 e 11 anos (134 autistas e 94 não autistas) após os ataques de outubro de 2023 e a subsequente guerra. Os pais responderam a questionários online sobre a exposição de seus filhos a eventos relacionados à guerra e seus níveis de ansiedade. Os resultados revelaram que quase todas as crianças foram expostas a algum tipo de evento traumático. Apesar das crianças neurotípicas terem apresentado taxas de exposição ligeiramente maiores, as crianças com TEA demonstraram um aumento mais significativo nos níveis de ansiedade.
Este aumento de ansiedade em crianças autistas foi especialmente notável em relação a preocupações com lesões físicas, ataques de pânico e agorafobia. Esses achados sublinham a vulnerabilidade singular de crianças com TEA em situações de trauma severo e enfatizam a necessidade urgente de detecção precoce, diagnóstico preciso e tratamento especializado para crianças autistas que vivem em regiões afetadas por conflitos. A identificação e o suporte adequados podem fazer uma diferença crucial na promoção da resiliência e bem-estar psicológico dessas crianças.
Origem: Link