O Transtorno do Espectro Autista (TEA) é uma condição complexa do neurodesenvolvimento caracterizada por dificuldades na interação social, interesses restritos e comportamentos repetitivos. Estudos indicam que a prevalência é maior em indivíduos do sexo masculino, numa proporção de 4 para 1. Medicamentos aprovados pela FDA, como Aripiprazole e Risperidona, são frequentemente utilizados, mas visam principalmente condições comórbidas e podem apresentar efeitos colaterais significativos.
Uma nova pesquisa explora o potencial da Forskolin, um ativador da adenilil ciclase tradicionalmente usado na medicina Ayurveda, para aliviar déficits semelhantes ao autismo. O estudo, realizado em um modelo de ratos Wistar com ácido valproico (VPA), investigou o impacto da Forskolin na sinalização da proteína ligadora do elemento responsivo a cAMP (CREB), uma via que se mostra desregulada em indivíduos com TEA. A Forskolin demonstrou a capacidade de atravessar a barreira hematoencefálica (BHE) e modular essa via, o que despertou o interesse dos cientistas.
Os resultados do estudo revelaram que a administração sistêmica de Forskolin atenuou a ansiedade, o déficit social, o comportamento repetitivo, a memória de reconhecimento espacial, a coordenação motora, a motilidade gastrointestinal, o edema cerebral e a permeabilidade da BHE nos ratos. Além disso, o tratamento crônico com Forskolin diminuiu significativamente os danos neuronais induzidos por VPA no córtex pré-frontal (PFC), hipocampo (HC) e cerebelo, além de aumentar a fosforilação da proteína CREB ser133 intracelular. A Forskolin também regulou positivamente a expressão do mRNA da sinalização CREB, que havia sido alterada pela administração pré-natal de VPA, oferecendo uma possível neuroproteção por meio da sinalização CREB e sugerindo seu potencial terapêutico para o TEA. Mais pesquisas são necessárias para confirmar esses resultados e explorar seu potencial em humanos.
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