A comunicação é uma necessidade humana fundamental, e desafios nessa área podem impactar significativamente a qualidade de vida. Para crianças com deficiências do desenvolvimento (DD) e deficiências intelectuais e do desenvolvimento (DID), a comunicação aumentativa e alternativa (CAA) oferece ferramentas valiosas para expressar seus pensamentos e necessidades. Uma nova fronteira nesse campo é a tecnologia de interfaces cérebro-computador (ICC), que pode revolucionar o controle de dispositivos CAA.
Um estudo recente explora o potencial futuro das ICCs para crianças com DD que possuem habilidades físicas para utilizar o acesso CAA baseado em toque. Tradicionalmente, a pesquisa em ICCs tem se concentrado em indivíduos com graves deficiências motoras e de fala. No entanto, este estudo muda o foco para crianças que já utilizam, ou podem utilizar, telas sensíveis ao toque para se comunicar. A pesquisa busca entender como as ICCs podem aprimorar e personalizar a experiência de comunicação para este grupo, considerando os desafios e oportunidades únicas que elas apresentam.
O estudo considera o uso da Classificação Internacional de Funcionalidade, Incapacidade e Saúde (CIF) para explorar as aplicações potenciais das ICCs em diversas áreas, incluindo atividades e participação, funções e estruturas, fatores ambientais e fatores pessoais. As ICCs poderiam, por exemplo, permitir o reconhecimento da intenção funcional através da atividade cerebral, ou detectar emoções para modular a comunicação. Apesar dos desafios significativos no desenvolvimento da tecnologia BCI-AAC, o estudo defende a consideração inclusiva de indivíduos no desenvolvimento do BCI-AAC. O objetivo não é fornecer um roteiro definitivo, mas sim estimular o diálogo interdisciplinar e colaborativo, envolvendo usuários de CAA, seus familiares e profissionais, para explorar as diversas aplicações das ICCs no auxílio à comunicação infantil.
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