O metilfenidato (MPH), um psicoestimulante amplamente utilizado no tratamento de primeira linha para o Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH), pode, em raros casos, apresentar efeitos colaterais inesperados, especialmente em crianças com Transtorno do Espectro Autista (TEA) comórbido. Embora seja considerado eficaz, é crucial estar atento a possíveis reações adversas, principalmente ao iniciar o tratamento ou aumentar a dosagem.
Um estudo de caso recente destaca a ocorrência de gagueira em um menino de 10 anos e meio com TEA, que também foi diagnosticado com TDAH. Após o início do tratamento com metilfenidato, observou-se uma melhora nos sintomas de TDAH, mas, simultaneamente, o paciente começou a gaguejar uma semana após o aumento da dose. A interrupção da medicação resultou em uma melhora significativa na fluência da fala. Contudo, ao reintroduzir o MPH três meses depois, a gagueira retornou, levando à descontinuação definitiva do medicamento e à adoção de atomoxetina como alternativa terapêutica.
Embora a relação entre o metilfenidato e a gagueira não seja completamente compreendida nem amplamente documentada, este caso ressalta a importância de monitorar atentamente os pacientes, especialmente aqueles com condições comórbidas como TEA, quanto a possíveis efeitos colaterais durante o uso de MPH. A interrupção da medicação geralmente é suficiente para aliviar esses efeitos, mas são necessários mais estudos para elucidar os mecanismos de ação do MPH e seus potenciais efeitos adversos na fala. A identificação precoce e o manejo adequado desses efeitos colaterais são cruciais para garantir a segurança e o bem-estar dos pacientes em tratamento para TDAH.
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