Um estudo piloto recente investigou os efeitos do treinamento muscular inspiratório (TMI) em pacientes de terapia intensiva (UTI) após a extubação. A pesquisa, publicada no Journal of Critical Care, focou em avaliar se o TMI poderia influenciar não apenas a força dos músculos inspiratórios, mas também a espessura dos músculos expiratórios e da parede abdominal.
O estudo randomizado e controlado envolveu 20 pacientes pós-extubação, divididos em dois grupos: um que recebeu fisioterapia convencional (FC) e outro que combinou TMI com FC. Adicionalmente, um grupo controle de 10 indivíduos saudáveis foi incluído para fins de comparação. A espessura dos músculos abdominais (oblíquo externo, oblíquo interno, transverso do abdome e reto abdominal) foi medida por ultrassom. A pressão inspiratória máxima (PIM) e a pressão expiratória máxima (PEM) também foram avaliadas.
Os resultados indicaram que, inicialmente, o grupo controle saudável apresentava valores significativamente maiores de PIM, PIM predita, PEM, PEM predita e espessura do músculo reto abdominal em comparação com os grupos de pacientes. Após a intervenção, ambos os grupos de tratamento (TMI+FC e FC) mostraram melhora na PIM. No entanto, apenas o grupo TMI+FC exibiu aumentos significativos na PEM, PEM predita, e na espessura dos músculos oblíquo interno e reto abdominal. Além disso, o grupo TMI+FC apresentou melhorias significativamente maiores na PIM, PEM e na espessura dos músculos oblíquo interno e reto abdominal em comparação com o grupo FC. Em conclusão, o estudo sugere que o TMI pós-extubação pode ser uma estratégia promissora para fortalecer a musculatura respiratória e abdominal, auxiliando no processo de desmame ventilatório em pacientes de UTI. Mais estudos são necessários para confirmar esses achados em uma escala maior.
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