A infecção congênita por citomegalovírus (CMV) é uma das principais causas infecciosas de perda auditiva neurossensorial não genética em bebês, além de contribuir significativamente para o desenvolvimento de deficiências neurológicas. Compreender os mecanismos pelos quais o CMV afeta o desenvolvimento cerebral fetal, especialmente durante os estágios iniciais da gestação, é crucial para otimizar as estratégias de intervenção e minimizar as sequelas neurológicas a longo prazo.
Pesquisas recentes têm destacado a importância da neuroimagem neonatal na previsão do prognóstico de bebês infectados com CMV congênito. As imagens cerebrais obtidas logo após o nascimento podem revelar padrões de lesão que estão associados a resultados neurológicos específicos. Além das manifestações neurológicas clássicas, estudos têm demonstrado uma alta prevalência de disfunção vestibular em bebês com CMV congênito, o que pode levar a dificuldades de equilíbrio e coordenação. Sequelas no neurodesenvolvimento, como autismo, déficit de atenção e dificuldades de aprendizado, também são observadas, mesmo em casos assintomáticos.
O tratamento de bebês com perda auditiva neurossensorial isolada, especialmente aqueles diagnosticados após o período neonatal, permanece um desafio. No entanto, evidências emergentes sugerem uma janela terapêutica potencial de até 12 semanas de idade. Protocolos de acompanhamento individualizados, baseados na apresentação clínica e nos achados de imagem, são essenciais para monitorar o desenvolvimento auditivo e neurológico desses bebês e identificar precocemente aqueles que podem se beneficiar de intervenções adicionais. A pesquisa contínua e modelos de acompanhamento padronizados são fundamentais para melhorar os resultados em bebês vulneráveis infectados congenitamente com CMV.
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