O uso prolongado de smartphones tem sido associado a deformidades na postura cervical, sendo a extensão cervical uma condição comum. Esta condição se caracteriza pelo aumento da lordose cervical, postura da cabeça para frente e cifose torácica. Essas alterações posturais podem levar a dores no pescoço, restrição da amplitude de movimento cervical e aumento da tensão muscular.
Além disso, a extensão cervical está ligada a disfunções da articulação temporomandibular (ATM), afetando os movimentos mandibulares e a atividade muscular. A conexão biomecânica entre a coluna cervical e a ATM sugere que tratar a disfunção cervical pode trazer benefícios para problemas relacionados à ATM. Um estudo recente investigou se a combinação de exercícios para a mandíbula e para a região cervicoescapular seria mais eficaz do que apenas exercícios cervicoescapulares para melhorar a abertura da boca, as propriedades dos músculos mastigatórios e o limiar de dor à pressão em pessoas com extensão cervical.
Os resultados mostraram que ambos os grupos apresentaram melhoras significativas na amplitude de movimento da abertura da boca, nas propriedades musculares e no limiar de dor à pressão após quatro semanas. No entanto, o grupo que combinou exercícios para a mandíbula e a região cervicoescapular apresentou melhoras ainda maiores na excursão protrusiva (movimento da mandíbula para frente), no tônus do músculo masseter e na rigidez dos músculos masseter e temporal anterior. Isso sugere que adicionar exercícios para a mandíbula ao treinamento cervicoescapular pode trazer benefícios adicionais para indivíduos com extensão cervical, especialmente aqueles que sofrem de disfunção da ATM. É importante ressaltar a necessidade de mais pesquisas para confirmar esses resultados em uma população maior e mais diversificada, mas os achados iniciais são promissores e indicam uma nova abordagem para o tratamento de dores relacionadas à postura e à ATM.
Origem: Link