Autismo em Adultos: Desvendando as Diferenças no Cérebro Social

O diagnóstico de Transtorno do Espectro Autista (TEA) em adultos representa um desafio crescente, principalmente devido à escassez de ferramentas diagnósticas que vão além das avaliações psicológicas tradicionais. Apesar dos avanços recentes em neuroimagem, que identificaram as regiões do cérebro social (RCS) associadas à sociabilidade, a pesquisa nessas áreas em indivíduos adultos com TEA ainda é limitada. Entender as particularidades cerebrais nessa população pode abrir caminhos para diagnósticos mais precisos e intervenções mais eficazes.

Um estudo recente explorou as diferenças funcionais e volumétricas nas RCS entre adultos com TEA e indivíduos neurotípicos. Utilizando dados de ressonância magnética de código aberto, os pesquisadores avaliaram o volume e a função das RCS em um grupo de 44 adultos com TEA e um grupo de 64 adultos neurotípicos. Os resultados revelaram que adultos com autismo apresentaram um volume menor no núcleo accumbens esquerdo, uma região cerebral envolvida na recompensa e motivação. Além disso, observaram-se alterações na atividade cerebral em diversas RCS, incluindo o córtex orbitofrontal, a junção temporoparietal, o caudado, o hipocampo, o tálamo e a área tegmental ventral. Foi detectado um aumento generalizado na conectividade funcional dentro das RCS no grupo com TEA.

A combinação de medidas estruturais e funcionais do cérebro permitiu classificar os participantes em grupos autistas e neurotípicos com uma precisão de 76%, utilizando um modelo de machine learning. Este resultado sugere que as RCS desempenham um papel crucial na etiologia do TEA e podem servir como biomarcadores para o diagnóstico. Embora promissor, o estudo ressalta a necessidade de mais pesquisas com técnicas de imagem avançadas para aprofundar a compreensão das RCS e suas funções no contexto do autismo em adultos. Uma melhor compreensão das bases neurobiológicas do TEA pode levar a estratégias de intervenção mais personalizadas e eficazes para melhorar a qualidade de vida de indivíduos autistas.

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