A pesquisa sobre sexualidade tem frequentemente negligenciado as identidades não binárias, um grupo diverso com experiências únicas e necessidades específicas. Um estudo exploratório recente se dedicou a investigar a sexualidade e os relacionamentos de pessoas não binárias, buscando entender melhor suas vivências e identificar fatores que influenciam seu bem-estar sexual e satisfação nos relacionamentos.
O estudo envolveu 822 participantes, incluindo indivíduos não binários, transgêneros binários e cisgêneros. Os resultados revelaram que uma parcela significativa dos participantes não binários se identificava como autista (60%) ou relatava condições crônicas de saúde ou deficiências físicas (40%). A análise estatística identificou associações importantes entre essas características e o bem-estar sexual. Por exemplo, entre os participantes não binários, ser autista, assexual ou estar em um relacionamento foram associados a um maior bem-estar sexual. Por outro lado, a fluidez sexual e a presença de condições crônicas de saúde foram ligadas a um menor bem-estar sexual.
Além disso, o estudo encontrou diferenças significativas entre os grupos. Indivíduos não binários e transgêneros binários relataram menor satisfação e bem-estar sexual em comparação com os participantes cisgêneros. Esses achados destacam a importância de considerar as identidades minoritárias sobrepostas e a necessidade de mais pesquisas para aprofundar a compreensão das conexões entre fluidez sexual, autismo, assexualidade e resultados sexuais na população não binária. Essa pesquisa contribui para uma compreensão mais completa e inclusiva da sexualidade humana e pode informar intervenções e políticas de saúde mais eficazes para apoiar o bem-estar de pessoas não binárias.
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