Impacto da Exposição Pré-Natal a Contaminantes Ambientais no Desenvolvimento Neurológico

O desenvolvimento cerebral durante a gestação é um processo complexo e delicado, dependente da interação entre os sistemas imunológicos materno e fetal. Perturbações nesse ambiente imunológico prenatal podem afetar significativamente o desenvolvimento do cérebro do feto, aumentando o risco de distúrbios neurológicos e comportamentais, como o transtorno do espectro autista (TEA), esquizofrenia, depressão e ansiedade.

Embora a exposição da mãe a infecções virais e bacterianas tenha sido amplamente estudada como um fator de risco para essas alterações, novas pesquisas apontam para o potencial papel de exposições não infecciosas, como o uso de drogas e a presença de contaminantes ambientais, na determinação dos resultados do neurodesenvolvimento. Essa preocupação é intensificada pelo aumento da prevalência de distúrbios do neurodesenvolvimento. Nos Estados Unidos, por exemplo, os diagnósticos de TEA aumentaram de 1 em cada 150 crianças no início dos anos 2000 para 1 em cada 36 em 2020.

Nesse contexto, a crescente detecção de cannabis, micro e nanoplásticos (MPs/NPs) e retardadores de chama nos tecidos maternos e fetais exige atenção. Essas substâncias, cada vez mais comuns devido às mudanças nas normas sociais, à poluição ambiental generalizada e às práticas industriais, podem perturbar o neurodesenvolvimento por meio de mecanismos mediados pelo sistema imunológico. O uso de cannabis durante a gravidez, por exemplo, aumentou consideravelmente com a legalização, enquanto MPs/NPs e retardadores de chama são frequentemente detectados no sangue materno, na placenta e no leite materno, levantando preocupações sobre seus impactos na saúde fetal. Alterações na produção de citocinas, ativação microglial e função das células imunes adaptativas são algumas das vias imunomediadas investigadas. A pesquisa futura deve se concentrar em entender melhor a intrincada interação entre as exposições ambientais, a desregulação imune e os resultados do neurodesenvolvimento para proteger a saúde das futuras gerações.

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