Já se pegou divagando em pensamentos durante uma tarefa aparentemente simples? Um estudo recente explora como a dificuldade de uma atividade modula a relação entre a nossa tendência a devanear e o processamento cerebral. A pesquisa investigou se o ato de divagar interfere no processamento de informações sensoriais e motoras, e se essa interferência é influenciada pelo nível de atenção exigido pela tarefa.
Os pesquisadores descobriram que a divagação mental diminui a coerência de fase (ITPC) em tarefas menos exigentes, mas não em tarefas difíceis. A coerência de fase é uma medida da sincronização da atividade neural em resposta a estímulos externos. Essa diminuição foi observada tanto em tarefas que envolviam entrada visual quanto em tarefas que exigiam a execução de movimentos. Em outras palavras, quando a tarefa é mais fácil e exige menos foco, o cérebro tende a se desligar mais facilmente, permitindo que a mente vagueie.
Esses resultados sugerem que a dificuldade da tarefa pode influenciar o equilíbrio entre o processamento cognitivo interno (como a divagação mental) e o processamento externo (atenção à tarefa). Tarefas mais simples facilitam a cognição orientada internamente e aumentam a probabilidade de divagação. A coerência de fase, por sua vez, parece desempenhar um papel fundamental nesse equilíbrio, atuando como um mecanismo neural subjacente. A pesquisa apoia a ideia de que a coerência de fase e sua dinâmica desempenham um papel fundamental na mediação do equilíbrio recíproco da cognição interna e externa, sugerindo que elas compartilham recursos cognitivo-executivos, conforme proposto pelo modelo de linha de base da cognição.
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