As cardiopatias congênitas (CC) são malformações cardíacas comuns em recém-nascidos, frequentemente associadas a um risco aumentado de distúrbios do desenvolvimento. Bebês com CC geralmente necessitam de longos períodos de internação em unidades de terapia intensiva (UTIs), onde o foco primário tende a ser o tratamento médico, relegando a segundo plano os cuidados voltados ao desenvolvimento.
Uma revisão recente buscou analisar a implementação e as estratégias de cuidados desenvolvimentais para bebês com CC em UTIs. A pesquisa identificou diversas intervenções eficazes, classificadas em subsistemas fisiológicos (como massoterapia, Método Canguru, aleitamento materno exclusivo e cuidados nutricionais); subsistemas cognitivos, motores e sensoriais (fisioterapia precoce, tempo de bruços, alimentação oral e fisioterapia); subsistemas de interação pais-bebê (contato pele a pele, gerenciamento de risco nutricional, treinamento e suporte nutricional); e subsistemas de gerenciamento ambiental (acompanhamento do bebê). Esses cuidados visam otimizar o desenvolvimento global do bebê, minimizando os impactos negativos da hospitalização prolongada.
As estratégias de implementação envolvem diversos aspectos, incluindo a capacitação dos profissionais de saúde (experiência, treinamento e licenciamento), a adesão a protocolos de intervenção e a utilização de métodos e modelos eficazes (socialização, supervisão rigorosa e o modelo Plan-Do-Study-Act – PDSA). A revisão demonstrou que a implementação de práticas de cuidados desenvolvimentais pode promover melhorias significativas no desenvolvimento de bebês com CC, ressaltando a importância de uma abordagem holística que combine o tratamento médico com o suporte ao desenvolvimento em UTIs.
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