O autismo, hoje compreendido como Transtorno do Espectro Autista (TEA), passou por uma jornada significativa desde sua primeira conceituação. Inicialmente, foi visto como um sintoma da esquizofrenia, mas, com o tempo, emergiu como uma condição distinta, abrindo caminho para uma compreensão mais ampla e inclusiva.
Essa evolução no entendimento do autismo não se limita apenas à sua definição diagnóstica, mas também às abordagens de tratamento. A perspectiva psiquiátrica tradicional, que via o autismo sob uma ótica naturalista de doença, contrasta com o Movimento da Neurodiversidade, que defende uma abordagem normativa, priorizando a adaptação social em vez de intervenções médicas. Figuras como Eugen Bleuler, Grunya Sukhareva, Leo Kanner e Hans Asperger desempenharam papéis cruciais nessa trajetória, contribuindo para a transição do conceito de autismo de alto e baixo funcionamento para o modelo de espectro que conhecemos hoje. A linguagem utilizada para descrever o autismo também se transformou, com uma mudança da terminologia “pessoa com autismo” para “pessoa autista”, refletindo uma valorização da identidade autista.
A expansão do diagnóstico de autismo, portanto, apoia o paradigma da neurodiversidade, que busca promover a inclusão e o empoderamento de indivíduos neurodivergentes. No entanto, é fundamental considerar a severidade dos sintomas e a forma como a linguagem é utilizada para garantir que essa perspectiva seja aplicada de maneira justa e eficaz, promovendo um ambiente de compreensão e aceitação para todos.
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